Relatório da BCG aponta que transição pode aumentar desigualdades socioeconômicas, mas também trazer investimentos e recursos para a economia brasileira
Garantir empregos verdes é parte fundamental na busca por uma economia limpa. A transição climática, porém, pode incrementar desigualdades socioeconômicas, aponta uma análise da consultoria americana Boston Consulting Group e do Fórum Econômico Mundial.
Dados da Organização Mundial do Trabalho apontam que, até 2030, a transição para uma economia de baixo carbono deve gerar 103 milhões de novos empregos. Por outro lado, o impacto de mudanças, como a adoção de uma matriz energética renovável, destruirá 78 milhões de postos de trabalho. O saldo de 25 milhões, que poderia ser animador, ainda esbarra nas garantias de uma transição justa para todos.
Outro setor que pode enfrentar mudanças é o de transporte e mobilidade, uma vez que a tendência é acelerar o uso de transportes públicos e aumentar os investimentos no transporte limpo, como veículos elétricos e combustíveis sustentáveis para aviação (SAFs).
A empresa espera o surgimento de novas oportunidades com o crescimento de setores do mercado verde, como o de energia renovável. A pesquisa aponta que 36% dos postos de trabalho dessa área exigem especialização, o que pode abrir portas para profissionais que busquem se especializar nessa temática.
O Brasil tem um papel nisso, aponta a BCG. Líder na transição energética mundial, com mais de 80% da matriz baseada em fontes limpas e renováveis, o País apresenta grande potencial econômico em setores como biocombustíveis, hidrogênio verde e energias renováveis. Segundo a análise, isso pode atrair investimentos e capital para o desenvolvimento de soluções baseadas na natureza por aqui.
Letícia Ozório
Repórter de ESG
https://exame.com/esg/transicao-climatica-pode-criar-25-milhoes-de-empregos-ate-2030/
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